Concessionária Tamoios realiza ações internas celebrando o Setembro Amarelo
Campanhas são realizadas em todo o Brasil pelo sim à vida
Nessa terça-feira (10), a Concessionária Tamoios realizou ações em suas unidades em celebração ao Dia da Valorização à Vida. A data também compreende as atividades da Campanha Setembro Amarelo que divulga as ocorrências de suicídio no Brasil e no mundo. O objetivo é quebrar o tabu, falar sobre o tema e divulgar o alerta, já que a identificação da doença e a prevenção são possíveis.
Confira abaixo a matéria sobre o assunto divulgada no Jornal Folha de São Paulo, em 9 de setembro de 2019.
Uma pessoa se suicida no mundo a cada 40 segundos, aponta OMS
800 mil pessoas tiram as próprias vidas anualmente; no Brasil, mais de 13 mil mortes do tipo ocorreram em 2016
Matheus Moreira
9.set.2019
GENEBRA e SÃO PAULO | AFP
Quase 800 mil pessoas a cada ano, número maior do que o de vítimas de guerra, homicídio ou câncer de mama, segundo um novo relatório da Organização Mundial da Saúde publicado nesta segunda-feira (9).
De acordo com a OMS, a taxa global de suicídios caiu 10% entre 2010 e 2016, embora o número de mortes tenha permanecido estável por conta do crescimento da população global.
"Apesar do progresso, uma pessoa ainda morre a cada 40 segundos por suicídio", disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em comunicado. "Toda morte é uma tragédia para a família, amigos e colegas".
A taxa global de suicídios em 2016 (o último ano para o qual havia dados disponíveis) ficou em 10,5 por 100 mil pessoas. No mundo, as mortes de jovens por suicídio só perdem para aquelas no trânsito; em seguida, vêm aquelas por violência.
As taxas, porém, variaram amplamente entre países e regiões, com uma taxa de suicídio relativamente baixa em alguns lugares como o Chile (3,8 para cada 100 mil) e alta em outros, como a Guiana, que lidera o ranking com uma taxa de mais de 30 por 100 mil.
A maioria dos suicídios ocorre em países de baixa e média renda, onde vive a maioria da população global, mas as taxas são mais altas nos países mais ricos, segundo o relatório da OMS.
Depois da Guiana, Lesoto registrou a segunda maior taxa do mundo, com 28,9 suicídios por 100 mil pessoas.
Também figuram no topo da lista Rússia, Lituânia, Suriname, Costa do Marfim, Cazaquistão, Bielorússia, Coreia do Sul, Índia e Japão, além dos Estados Unidos, que registraram 13,7 suicídios por 100 mil pessoas.
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No Brasil, essa taxa é de 6,1 a cada 100 mil mortes, abaixo da média mundial. Em 2016, houve ao todo 13.467 suicídios. Em todo o mundo, pessoas do sexo masculino têm uma propensão maior a se suicidar do que as do sexo feminino.
Mas se no mundo todo houve uma queda ligeira nos suicídios entre 2010 e 2016, as Américas são a única região que registrou aumento, com uma alta de 6% no período.
"Sabemos que na região das Américas o acesso a armas de fogo é um importante meio de suicídio", disse Alexandra Fleischmann, da divisão de saúde mental da OMS, em entrevista à imprensa em Genebra.
O declínio geral é explicado pelo fato de que vários países —38 no total— adotaram estratégias de prevenção ao suicídio, afirmou a OMS.
"Suicídios são evitáveis", disse Ghebreyesus. "Todos os países deveriam incorporar estratégias comprovadas de prevenção de suicídio nos programas nacionais de saúde e educação de maneira sustentável".
O relatório da OMS também apontou que os países podem reduzir significativamente o número de suicídios limitando o acesso a pesticidas.
No Sri Lanka, as regulamentações e proibições de pesticidas levaram a uma queda de 70% nos suicídios entre 1995 e 2015, resultando em 93.000 vidas salvas, segundo o relatório.
Na Coreia do Sul, a proibição de um herbicida em 2011 e 2012 levou à redução de metade dos suicídios por envenenamento por pesticidas entre 2011 e 2013, disse o documento.
Prevenção
O suicídio é premeditado e os sinais de alerta são visíveis. Mudanças de comportamento e problemas de conduta que se estendem por duas semanas ou mais, preocupação recorrente com a própria morte, falta de esperança, visão negativa sobre si, sua vida e sobre o futuro, são alguns dos indicadores mais recorrentes.
A ideação suicida também costuma ser comunicada verbalmente, mas nem sempre é levada a sério. Frases como “vou desaparecer”, “vou deixar vocês em paz”, “eu queria poder dormir e nunca mais acordar” e “é inútil tentar fazer algo para mudar, eu só quero sumir” são comuns em casos que antecedem a tentativa de tirar a própria vida.
Além disso, pessoas com ideias suicidas tendem a se isolar em casa, deixam de atender a ligações e de participar de atividades sociais as quais antes compareciam, além de interagir menos em redes sociais.
O encontro em Genebra também alertou sobre os perigos de descrições gráficas ou representações de suicídio em filmes e séries, que demonstraram desencadear suicídios imitáveis entre pessoas que lutam com problemas de saúde mental.
Como ajudar
No Brasil, o Ministério da Saúde e o CVV (Centro de Valorização da Vida) têm cartilhas e sugestões de como abordar o assunto com pessoas que possam estar cogitando tirar a própria vida e como reagir em casos de urgência. Não julgar os sentimentos comunicados, por exemplo, é essencial para a prevenção.
Procure um local confortável e calmo para falar com essa pessoa sobre suicídio. “Deixe-a saber que você está lá para ouvir, ouça-a com a mente aberta e ofereça seu apoio”, diz a cartilha. Incentive a busca por ajuda profissional e se ofereça para a acompanhar essa pessoa na consulta. Se a pessoa que você acredita estar em risco mora com você, garanta que ela não tenha acesso a meios para atentar contra sua vida.
Caso acredite que essa pessoa está em risco iminente de suicídio, não a deixe sozinha. Busque imediatamente o CVV (188) e os serviços de emergência Samu (192).
Se você precisa de ajuda ou conhece alguém que precise, entre em contato:
Serviços de saúde
CAPS e Unidades Básicas de Saúde (Saúde da família, Postos e Centros de Saúde).
Centro de Valorização da Vida – CVV
Ligue: 188 ou acesse o chat online: www.cvv.org.br
Serviços de Emergência
SAMU: 192